Boletim de
1/4/08
SÉRIE DONZELA GUERREIRA
HOMENAGEIA O FEMININO NA MÚSICA
Evento reúne estilos
como música medieval, MPB e cantos indígenas brasileiros
Entre
os dias 1 e 29 de abril, sete concertos e três palestras no Centro Cultural
Banco do Brasil (Rua 1º de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro -
21-3808-2020 - estação Uruguaiana do metrô) abordam histórias
de mulheres que lutaram por seus ideais e pela adaptação a um mundo
ditado pelas regras dos homens, assim como no romance da Donzela Guerreira,
cantado nas corte portuguesa no final do século 16 e imortalizado pelos
cantadores populares em todo o mundo. A letra, que possui diversas variantes,
diz assim: "Siga a roda, siga ela/ Que agora se vai contar/ A história
duma donzela/ Que à guerra vai guerrear!".
A programação
procurou evitar um viés sexista e unilateral. "A diversidade de estilos,
a abrangência temporal e a coexistência de música erudita,
popular e etno/criativa, permite ao ouvinte percorrer um amplo espectro estético,
abrindo novos horizontes para reflexão.", explica Luiz Fiaminghi,
um dos curadores do projeto.
Programação
Shows
Sessões
às 12h30 e às 18h30 no Teatro II (2º andar). Ingresso: R$ 6
- 1/4
(terça) HARMONIA UNIVERSALIS: Vergine Bella
- O enfoque do concerto recai sobre dois aparentes opostos do feminino na
Idade Média: a monja Hildegard von Bingen e uma trovadora que cantava o
amor carnal, a Condessa Beatrice de Die.
- 3/4 (quinta) - IZABEL
PADOVANI TRIO: O feminino na canção brasileira - A
vencedora do Prêmio Visa de Música Brasileira 2005 como melhor intérprete
apresenta neste programa um panorama das compositoras da MPB, partindo de Chiquinha
Gonzaga a grandes ícones como Dolores Duran, Sueli Costa, Rita Lee, Joyce,
entre outras.
- 8/4 (terça) OS MÚSICOS DE CAPELLA:
Canti Guerrieri et Amorosi - Com a direção do
violinista Luis Otávio Santos, o grupo os Músicos de Capella dedica
o seu trabalho a obras do repertório barroco e clássico europeu
e músicas inéditas do período colonial brasileiro.
- 10/4 (quinta) ANIMA: Donzela Guerreira - O Anima
busca inspiração na música medieval ibérica e suas
ressonâncias na tradição oral brasileira para contrapor o
contemporâneo e a tradição, e o erudito e o popular. O grupo
apresenta um arranjo inédito baseado em duas versões do romance
da donzela guerreira.
- 15/4 (terça) MARLUI MIRANDA
E ÍNDIAS WAUJA: Iamurikumã o canto das mulheres indígenas
- As índias Wauja, habitantes do Xingu e herdeiras da tradição
Iamurikumã, fazem um encontro inédito com a cantora e compositora
Marlui Miranda, que há muitos anos se à pesquisa da música
indígena.
- 22/4 (terça) PAULO FREIRE: Diadorim:
o segredo - O violeiro Paulo Freire apresenta um show dedicado ao feminino
dentro do universo do escritor João Guimarães Rosa.
- 29/4
(terça) - JOYCE: O que é feminina? - "Eu
disse, e passei a minha vida toda tentando explicar/entender o que nos faz tão
diferentes, o que nos oprime, o que nos falta, o que nos sobra", diz a cantora
e compositora, que faz no show um balanço dos 60 anos de vida, 40 de carreira
- e homenageia os 50 anos da bosa nova.
Palestras
Às
18h30 no Auditório do 4º andar. Grátis (retirar senha às
17h30)
- 2/4 (quarta): Metamorfoses da Donzela Guerreira
- com Walnice Nogueira Galvão, que afirma: "A donzela-guerreira
é uma figura que transgride limites. Ao transitar entre a guerra e a paz,
entre os gêneros, entre o histórico e o mitológico, amplia
nossa percepção das possibilidades da aventura humana".
- 9/4 - (quarta): Monteverdi: Combatimento di Tancredi et Clorinda
- Luis Otávio Santos fala d'A Batalha entre o novo e o antigo, e
Maya Suemi Lemos aborda o tema De Tasso a Monteverdi: poética e poética
musical. Segue-se debate sobre a obra-prima de Claudio Monteverdi, escrita
em 1624, que transcreve, de forma revolucionária para a época, os
afetos guerreiro e amoroso e explora todas as possibilidades do recém descoberto
estilo recitativo, que formou as bases da ópera nos séculos seguintes.
(Adriana Sanglard, especial/Agência
de Notícias Brasileirinho)